Quem é na ordem do dia Ana Lúcia Assad? Mais do que a advogada de defesa que tentou ganhar uma causa provocando uma autoridade judiciária, a juíza, Ana Lúcia é uma profissional brasileira que decidiu caçar bruxas onde elas não estão.
Vejamos como ela tentou defender o seu cliente: a mídia, a polícia e até mesmo Eloá Pimentel (vítima fatal do acusado) tiveram corresponsabilidade pelo crime praticado por Lindemberg Alves. Assim, da nossa parte, teremos que fatalmente rever Marshall McLuhan: o meio não é apenas a mensagem; é a execução, o fato em si, a ocorrência.
Simulemos: Eloá telefonou para os meios de comunicação para avisar que forjaria para si própria uma situação de cárcere privado. Nesse contato pediu muitos holofotes e flashs de câmera digitais pipocando sem parar.
Para não se sentir solitária pediu a companhia de uma amiga. Mas considerou que seria tão enfadonho que incluiu no grupo dois amigos delas. Também telefonou para a polícia e avisou: vou ficar em cárcere privado por tantas horas; vocês precisam estourar a porta do local para dar um desfecho interessante.
Como vítima Eloá escolheu Lindemberg Alves, a quem entregou uma arma e o encheu de irracionalidade para fazer o que passasse pela cabeça. Foi mais ou menos assim: se você perder o controle não recue; siga em frente, faça bom uso das quatro balas no tambor desse treco.
Perceberam como a defensora tem razão? O acusado é a vítima. E a vítima é tão culpada quanto a polícia e os meios de comunicação. Não é a primeira vez que esse tipo de jogada acontece. Recentemente um ministro da Dilma acusou a imprensa porque irregularidades cometidas em sua pasta foram divulgadas. E nos anais da história brasileira os meios políticos, principalmente, esquecem que o jornalismo brasileiro contribuiu com grandes movimentos nacionais, como a campanha das Diretas Já e do Impeachment de Collor.
Admitimos que, como em tantas outras profissões e atividades, inclusive entre os advogados e os juízes, há no jornalismo aqueles que ganham dinheiro trabalhando o sensacionalismo. E não podemos negar que no caso Eloá-Lindemberg houve por parte de alguns meios exageros na cobertura do caso. Mas generalizar nunca!
O discurso da defensora de Lindemberg, felizmente, de nada valeu. A estratégia foi do começo ao fim equivocada. Ao sugerir à juíza que voltasse a estudar, ao culpar a polícia e a imprensa pelo crime e ao colocar dúvidas na conduta de uma vítima de 15 anos de idade a defensora mexeu com a comoção popular e feriu com palavras muitos brasileiros.
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