A quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012, pode ser muito produtiva para a profissão de jornalista. Pelos acordos feitos no início do mês entre a delegação da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) em Brasília com os líderes dos partidos no Senado a votação em segundo turno da Proposta de Emenda Constitucional 033/2009 entra na pauta desta quarta-feira com a chance de ser aprovada com larga margem de votos favoráveis, da mesma forma como ocorreu no ano passado, no primeiro turno.
Mas em política tudo é possível. Lembramos que o compromisso dos senadores foi de votar a matéria imediatamente depois do carnaval. Esperamos que não um pouquinho antes da Páscoa ou do Dia das Mães. E que o carnaval a que se faz referência seja este que se acabou.
A expectativa causa ansiedade. A ansiedade provoca ânsia de vômito. Estamos sem a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo desde 2009. Uma conversa rápida com pessoas do Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná, nestes últimos dias, nos dá a idéia dos estragos causados ao bom jornalismo pela desobrigatoriedade do diploma.
Infelizmente, somos obrigados a afirmar que muitos picaretas viraram jornalistas registrados no Ministério do Trabalho, aproveitando a facilidade em se obter o registro. No caso do texto, basta apresentar três matérias publicadas e as demais documentações pessoais. No caso do repórter-fotográfico a obtenção do registro é mais difícil: é preciso uma declaração da entidade sindical.
Após o Senado a PEC do diploma vai à Câmara dos Deputados. Claro, só o referendo do Senado já é um passo importante. Mas cada passo é demorado e enquanto a obrigatoriedade não vira lei a brecha para picareta ser jornalista fica escancarada.
Registramos também a queixa contra as escolas de comunicação. Pela passividade delas, o negócio é ter graduação, fazer pós, prosseguir mestrado, emplacar doutorado e viver de academia. Nem os alunos se manifestam no Norte do Paraná. Que tipo de jornalistas diplomados teremos se continuar assim?
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