quinta-feira, 1 de março de 2012

Sem diploma e sem informações sobre ele

O assunto é a Proposta de Emenda Constitucional 033/2009, que devolve a obrigatoriedade do diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista. Em se tratando de um assunto relacionado aos trabalhadores da comunicação, imagina-se que as informações sobre a tramitação da PEC no Senado sejam abundantes.

Engano! Passa de nove e meia da manhã do dia 1º de março de 2012. A expectativa era de que a matéria entrasse na pauta da sessão deliberativa do dia 29 de fevereiro, pois segundo se anunciou no final do ano passado, a diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas havia fechado acordo com os líderes partidários para que a votação em segundo turno ocorresse na primeira semana após o carnaval.

Na quarta-feira, dia 29 de fevereiro, a tecnologia deu o seu calote. Foi impossível checar a pauta da sessão deliberativa pela internet. Era clicar e entrada a mensagem de erro na página. Nos principais portais de jornalismo, inclusive o da Fenaj, nenhuma atualização. As notícias relacionadas à PEC do diploma do jornalista disponibilizadas eram de novembro de 2011.

À noite, novas buscas e nada. Um vácuo na comunicação e especialmente nesse caso e nesses sites jamais a falta de informações poderia ser caracterizada como uma precaução contra eventual insinuação de “jornalismo em causa própria”. Nada na página do Senado e muito menos no site da Fenaj.

Agora, exatamente 9h49 de quinta-feira, dia 1º de março de 2012, vamos a uma nova consulta. Com um equipamento tecnologicamente defasado e uma banda larga duvidável em alguns períodos do dia, gasta-se quatro minutos entrando na busca através do Google. O que aparece é defasado. Ninguém postou nada de novo. Vamos ao site da Fenaj: nada. Agora ao do Senado, onde clicamos na opção dos resultados da sessão deliberativa do dia 29 de fevereiro: pelo que está ali não passou nenhuma PEC 033/2009.

Compensa telefonar para o sindicato de jornalistas mais próximo? Recorremos ao fale conosco do site do Senado? Enviamos um e-mail à Fenaj para perguntar se há novidades em relação ao diploma? Entramos em contato com a coordenação de algum curso de comunicação social mais próximo? Desistimos. Ficamos sem rumo e nem sabemos para onde aprumar.

E os picaretas aproveitam a boa fase. Conseguem registros, montam jornais, local horários em televisão e rádio e negociam espaços publicitários em troca de almoço, café, pacote de arroz, gasolina, lavagem de carro, corte de cabelo, manicure, janta e outras coisas que colocam o jornalismo sério na linha de fundo.

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