quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Algumas manchetes de capa desta terça

Na Folha de Londrina a manchete da edição de 27 de dezembro é: “Verba de gabinete – Câmara admite falha, mas insiste em reajuste”. Diz respeito à reportagem publicada pelo jornal no dia anterior, sobre “carona do legislativo londrinense em projeto de lei do executivo para aumentar salário dos comissionados”.

Chamada com foto é sobre o saldo trágico das rodovias no período de festas: entre sexta e domingo foram 24 mortes em 397 acidentes. Chamada seca é sobre pesquisador que usa plantas para repelir Aedes aegypti. São os três assuntos de capa que mais chamam a atenção e estão diagramados na primeira dobra.

A Gazeta do Povo traz na manchete um assunto interessante a todo o contribuinte, mas de uma maneira que dispersa, afasta o abrir das páginas. A vinheta acima do título é: “Dinheiro público – número de cidades vistoriadas cai de 180 para 120 neste ano”. O título da manchete: “CGU diminui fiscalização de gastos dos municípios”. O uso de siglas é sempre arriscado. O que é CGU? Alguém correria os olhos até o texto abaixo do título para saber do que se trata? Difícil. Para evitar o uso da sigla o título poderia ser puxado pelo fato: menos municípios têm os gastos fiscalizados. Ao lado, em uma coluna, um pouco mais de interesse na chamada “Radares não precisam ser sinalizados, diz Contran”.

O Jornal de Londrina abre a capa com a manchete: “Sucessão municipal – Os cenários da disputa eleitoral”. É chamada fria, o tema poderia ser trabalhado com mais impacto. É uma frase sem verbo e só quem sabe impactar consegue fazer um bom título dessa forma.

A Folha de São Paulo abre a capa com um tema local: “Homicídio cai e roubo de veículos sobe em SP”. O resto da capa é o retrato de uma edição fraca, com predominância paulista. Pouco para quem pretende ser um grande jornal de circulação nacional.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O Natal, o Ano Novo e os meios de comunicação

Nem sempre a boa notícia é o espetáculo natalino com público recorde num canto qualquer da cidade. Um antigo chefe de redação de Londrina costumava dizer que as edições do Natal e do Ano Novo devem ser para cima, sem a publicação de acontecimentos ruins.

Mas as notícias são geradas de fatos. E fatos não escolhem datas: Natal, Ano Novo, carnaval, Dia das Crianças, Páscoa. É tudo igual. Um novo escândalo pode ser descoberto em qualquer dia. Um acidente nunca é adiado. Um incêndio mata pessoas e desabriga famílias às vésperas do dia do nascimento do menino Jesus e tem que sair nos jornais.

Não fosse por isso produziria-se uma revista com temas mornos: como preparar a ceia; qual é o melhor tipo de carne para o almoço; vinho branco é bom para ensopar peru; onde encontrar frutas da época; beterraba é recomendável ou não e assim por diante.

Mas jornal de notícias não é um presente trazido pelo Papai Noel. Embora ele mereça algumas reportagens, nem por isso o bom velhinho usa a máscara da vaidade para ser notícia. Desses que merecem espaço nos jornais alguns são por merecimento por serem voluntários que escondem a cara com a barba e saem presentear necessitados.

Jornal, no Natal ou no Ano Novo, é uma leitura obrigatória. Matérias de serviços sobre cuidados nas viagens, na bebida e na alimentação, por mais que sejam repetitivas, sempre interessam a alguns. Notícias de acidentes no trânsito, queiram ou não, ajudam a conscientizar alguns motoristas mais abusados.

E por incrível que pareça, certas tragédias são mais freqüentes nos períodos de festas, principalmente nas estradas. São mais famílias viajando e consequentemente mais negligência nas rodovias.

É claro. Noticiar por noticiar chega a ser em vão. Mas noticiar por ser papel do jornalismo dar conta aos leitores do que acontece na sociedade é obrigação. Então aquele antigo chefe de redação nunca teve razão.

Variedades é produto de revista específica para isso. Jornal existe para noticiar tudo o que merece ser noticiado.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Medida de exceção é medo e insegurança

A Argentina de Cristina Kirchner é a volta a um passado de desmandos em relação aos meios de comunicação do país que são críticos ao governo. Reeleita recentemente, Cristina e seus aliados deram mostras de pouco se importarem com as formas de ação contra os opositores desde antes da campanha eleitoral.

Assim, a disputa pela presidência da Argentina foi em clima de reunião de bar de esquina. De um lado se alinharam os veículos de comunicação pró-candidata. Nem todos estiveram com Cristina por opção política. Aliás, a maioria gozou dos benefícios financeiros da candidatura e também do governo. Do outro lado, os jornais com linhas editoriais mais éticas penaram não só com os cortes de anúncios mas também com boicotes.

O Grupo Clarin, que entre 2003 e 2007 esteve com o governo de Nestor Kirchner, debandou a partir de 2008 ao defender os produtores rurais argentinos contra a alta dos impostos de importação. Em setembro de 2009 a Receita Federal Argentina faz uma devassa nas contas do grupo e invade até a casa dos seus diretores e alguns funcionários.

Em março de 2011 manifestantes bloqueiam a porta da gráfica do jornal e atrasam a circulação por 12 horas. O Clarin protesta lançando edição com a capa em branco. Agora recentemente, o governo argentino tornou a única fábrica de papel-jornal do país de interesse público. O Clarin é detentor de 49% das ações desta indústria e corre o risco de perder a sua participação no empreendimento. O interesse público, aliás, já foi aprovado pela Câmara dos Deputados da Argentina.

Ontem, dia 20 de dezembro, a sede da empresa que faz parte do grupo, fornecedora de tevê a cabo, foi ocupada por cerca de três horas por policiais. A invasão foi autorizada por um juiz de uma cidade onde o grupo não mantém unidades.

Invasões e atentados aos jornais já fizeram parte da história da América Latina em um passado recente de amarga lembrança. Somos obrigados a admitir que atualmente, não só lá quanto aqui, a censura é mantida por meio dos anúncios publicitários. Antes, instrumentos como o Ato Institucional nº 5 é que deixavam as páginas em branco.

A ocupação de um veículo de comunicação na Argentina é, portanto, recurso de quem não tem o controle do poder e quem continuar no trono a qualquer preço. Infelizmente, o argentino, normalmente aguerrido, está calado assistindo aos acontecimentos.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Os jornais e as receitas para a ceia de Natal

Os jornais são conselheiros. Trazem nesta época do ano muitas receitas para a ceia de Natal e as festas da virada do ano. Tudo de acordo com o espírito natalino, este ser invisível que às vezes se veste de vermelho para lembrar a grande campanha da Coca Cola em 1931 nos Estados Unidos, visando tirar as vendas dos refrigerantes do sufoco.

Vamos providenciar uma farofa à brasileira. Quem sabe o Papai Noel goste. Ele, que é acostumado à neve, deve saborear com curiosidade os pratos tupiniquins. Dispensamos consultar economistas para nos orientar sobre como temos que preparar a ceia de um jeito econômico.

Aquela sobra de carne assada da semana passada serve para dar um sabor. Tire os sebos, pois o produto ficou na geladeira e mostra o excesso daquilo que jamais devíamos ingerir. Corte em cubinhos de cerca de meio centímetro. Cuidado com a faca. Pedacinho de pele humana não fica bem.

A salada de tomate de anteontem também serve. Passe uma água corrente e pique bem miudinho. Tomate está muito caro e tem que ser reaproveitado. Veja se sobrou um pedacinho daquele panetone em embalagem de sache. A casca estava queimada e pode ser reaproveitada. Despedace com as mãos mesmo.

Alguma passa sobrando? Se tiver, acrescente. Pimenta bem ardida? Veja lá que o vidrinho está lá embaixo, no último compartimento da geladeira. Azeitona? Vá, gaste um pouco. Tem sache de 200 gramas por um e noventa e nove. Dá para a farofa e ainda sobra para a maionese.

Ingredientes ajeitados, preparo em andamento. Aproveite a frigideira que foi usada para fritar o bife. O caldo que sobra dá um gostinho. Se acabou o bacon apele para o toucinho. Mas passa ele bem pelo fogo até ficar crocante. Misture tudo, mexa e remexa, doure, revire, coloque um pouco de água para aumentar o volume e não desperdice o restinho de feijão.

A primeira impressão é de uma massa esquisita. Mas vamos lá: vá misturando a farinha de mandioca até ficar uma cor clara. Cuidado: muita farinha dá numa farofa seca. Mais um minutinho de mexida e está no ponto. É só esperar assar aquela cabeça de porco e a ceia pode ser servida.

Viram? Nem precisamos contratar economista para planejar o custo da nossa ceia. E ficou bom. A receita dá para a quantidade de pessoas que deixaram sobras nas refeições anteriores. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E encerra-se mais uma temporada esportiva...

Está confirmado. O futebol não é uma caixinha de surpresa! O Mundial de Clubes realizado no Japão mostrou para milhares de torcedores que a bola é redonda para a equipe que a trata com habilidade. O Barcelona soube usar de seu conjunto e fez da pelota uma estrela em campo. Marcou de goleada no Santos.

Ainda assim “somos vencedores”. A tese é do ídolo santista Neymar, repetindo justificativas históricas dos jogadores, técnicos e dirigentes do futebol tupiniquim. E somam-se a estes os comentaristas de plantão: radialistas, profissionais de televisão e jornalistas das editorias de esporte fazem eco: “Somos campeões”.

Nunca perdemos. Mesmo desclassificados, sempre ganhamos. A vitória moral é uma muleta que sustenta, além das pessoas que ganham dinheiro com o futebol brasileiro, uma legião de torcedores. “O Barcelona é campeão, mas mostramos que podemos chegar aqui”. A frase, claro, é de Neymar. A reprodução é arbítrio dos cronistas esportivos.

Trabalhemos a hipótese da equipe brasileira ter saído do Japão como um vencedor de verdade. Não importa se é Santos, São Paulo, Palmeiras, Londrina, Astorga, Bela Vista do Paraíso, Unaí, Assai, Uraí, Nova América da Colina, São Jerônimo da Serra, Sabáudia ou Florestópolis. Vamos, gente, esticar a imaginação e colaborar. Qualquer time vale como exemplo, embora tenhamos percebido nos dias anteriores da final muita gente torcendo contra o representante brasileiro no Mundial de Clubes.

Certo, para amenizar, vamos fazer de conta que o Atlético Paranaense é que perdeu para o Barcelona e não nos consideram fantasiosos ao extremo. Se o desembarque no Brasil fosse com a taçona de primeiro lugar, imaginem como seria a nossa segunda-feira, praticamente uma semana antes do Natal. Estaríamos almoçando, jantando, bebendo e respirando futebol.

E iria, fatalmente, aparecer um comentarista de televisão chorando emocionado, dizendo que participou da campanha vitoriosa. Quantos cronistas esportivos participaram da produção do craque Neymar? Do tipo, eu fiz a primeira entrevista com ele, portanto, faço parte da carreira dele. Como garoto propaganda, infelizmente ele trabalha para marcas que nem a sobriedade de Pelé conseguiria promover. É um chute de canela acertando a canela dos outros.

Então? Isso significa que foi bom ter sido apenas vencedor? Claro que não. Melhor teria sido o representante brasileiro voltar campeão. Mas antes de criticar Neymar por se achar vencedor depois de uma goleada escandalosa, temos que ponderar que a mídia esportiva é que exagera e erra. Às vezes ela proporciona derrotas ao vangloriar fracassos. Haja profissionalismo.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

PEC do diploma retorna à pauta só em fevereiro

O jogo é duro! Só no ano que vem a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 33/2009), que devolve a obrigatoriedade do diploma de jornalista para o exercício da profissão, retorna à pauta do Senado para a votação em segundo turno.

É bom lembrar que passando pelo Senado a proposta ainda tem um longo percurso a frente. A PEC terá ainda que ser apreciada na Câmara dos Deputados. A aprovação em primeiro turno foi de goleada: 65 senadores votaram sim para a obrigatoriedade do diploma de jornalista e apenas sete foram contra.
A previsão da proposta entrar na pauta é para fevereiro de 2012. Até lá o alerta deve ser mantido: pressões contrárias podem interferir no resultado e há muitos interesses em torno do assunto.

Na Câmara dos Deputados a vigilância deve ser maior. São 513 deputados federais representando todas as unidades da federação. São pressões estaduais sobre estes parlamentares, uma vez que a prática do jornalismo feito por quem não é jornalista está presente e é corriqueira em grande quantidade de jornais médios e pequenos que vivem das barganhas com os políticos.

A preocupação maior é com os registros de pessoas que não tem diploma de jornalismo pelas Delegacias Regionais do Ministério do Trabalho. Estas pessoas terão no mínimo mais meio ano para obterem os seus registros.

É risco de mais desabilitados fazendo um jornalismo que já está chegando ao piso em questão de qualidade e, principalmente, de ética e compromisso social. Não estamos, de forma alguma afirmando que ética e comprometimento estão na cartilha dos diplomados. Aliás, em alguns cursos de comunicação os professores de ética assustam por desconhecerem – ou ignorarem – estes valores fundamentais de um profissional de jornalismo.

O que estamos dizendo é que a concessão de registro profissional pelo Ministério do Trabalho aos não-diplomados abre brechas perigosas e coloca no mercado algumas pessoas que estão para o que der e vier. Jornalistas que colocam uma nota na coluna em troca do cafezinho diário; que paga a nova armação dos óculos com uma matéria; que tem almoço garantido em determinado restaurante numa permuta duvidável.

Isso existe sim. Só não enxerga quem não quer ver. E existe também envolvendo diplomados que obrigatoriamente estudaram ética. Imagina então quem só ouve falar de ética quando ela envolve terceiros?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Capas desta quarta-feira, dia 14 de dezembro

O Estado de S.Paulo puxa a capa com a manchete “Crise encarece crédito para pequenas empresas”. A matéria chamada faz referência aos efeitos da turbulência européia. Na linha fina, algo para preocupar os trabalhadores: “Fiesp alerta sobre risco de demissões”.

Sabemos, mas é bom deixar claro: Fiesp é a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Ou seja, vindo de uma entidade que congrega o setor produtivo do Estado vizinho, temos que considerar que o sinal já passou do amarelo para o vermelho. Assim, a matéria que parece desinteressante para leitores que não são pequenos empresários ganha importância na leitura e acaba importante para todos.

Abaixo da manchete, em duas colunas, uma chamada seca também atrai leitura: “Greve ameaça parar aeroporto no fim de ano”. É preocupação para muitas pessoas que aproveitam os preços promocionais de passagens aéreas para viagens de fim de ano. É bom a mídia, inclusive regional, verificar as passagens de ônibus. Há informações de que algumas linhas já estão esgotadas.

Na Folha de S.Paulo, “Penas do mensalão vão prescrever, diz ministro”. Válido pela abordagem, mas a chamada é de assimilação restrita. A memória costuma ser fraca e tem muita gente que já esqueceu o que é o mensalão. Mais válido ainda pelo alerta, com base no depoimento do ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que disse: as penas para os réus do mensalão vão prescrever antes que o julgamento esteja concluído. O resto da capa é firula e nada acrescenta.

A Folha de Londrina chama com o combate à criminalidade: “Governo lança plano para reduzir homicídios no Estado”. É em cima do anúncio oficial e exige repercussão. Mas segurança é sempre prioridade não somente na ótica dos editores mas principalmente no interesse dos leitores. A Folha também traz chamada seca sobre a proposta do Governo do Paraná de criar 225 novos cargos comissionados no Detran. O tom da matéria é questionador. Isso é importante, pois permite ao leitor a análise dos atos dos homens públicos.

A Gazeta do Povo também chama a edição pela anúncio do pacote para combater a criminalidade no Paraná. Abaixo da manchete, atrai leitura a chamada sobre o recuo do presidente da Assembléia Legislativa de pagar 15º salário aos deputados estaduais.

Eufórica como sempre, a equipe do Jornal de Londrina chega de assessoria de imprensa e anuncia: “Fazenda projeta arrecadação de ITBI 33,5% maior”. E nos chega um exemplar do Fatos do Paraná, um jornal que traz muitas autoridades na capa e em todas as páginas internas. Nada a ser comentado.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

As capas desta terça-feira nos impressos

A manchete mais forte desta terça, dia 13 de dezembro de 2011, é da Gazeta do Povo. A linha acima do título diz: “Legislativo – Presidente da ALEP diz que benefício é legal; custo é de R$ 2,1 mi por ano”. Em seguida, o título: “Deputados estaduais ganham 15 salários por ano no Paraná”.

Consideramos nesta análise os dois principais jornais do Norte do Paraná – Folha de Londrina e Jornal de Londrina – e apenas a Gazeta do Povo de acordo com suposta abrangência estadual.

A matéria do jornal de Curitiba diz respeito ao pagamento, pela Assembléia Legislativa do Paraná, do 14º salário agora em dezembro, antes do início do recesso dos deputados estaduais, e do 15º salário em janeiro, antes do reinício das sessões.

Como somos patrões desses nossos representantes no legislativo paranaense, vamos desembolsar nesses extras R$ 2,1 milhões. O benefício, conforme a matéria também reaproveitado pelo Jornal de Londrina, não está previsto na Constituição Estadual mas é pago por “tradição”. A explicação seria: como o modelo de remuneração dos deputados paranaenses é similar ao do Congresso Nacional, adota-se o pagamento, na cara dura, do benefício a que tem direito os deputados federais e senadores. Isso significa que pagamos também os extras de cerca de 600 parlamentares em Brasília enquanto economizamos o nosso 13º para pagar dívidas e comprar alguns panetones de R$ 3,99.

Folha de Londrina e Jornal de Londrina usam manchetes relacionadas à agropecuária. No primeiro, “Valor de seguro rural pode cair 93%”. Isso chama pouca leitura e para a maioria dos leitores do jornal deve soar como uma notícia fria, com certo interesse por trás. No segundo, “Soja e milho ganham mais 1,6 milhão de hectares”. A princípio, isso interessa a poucos leitores. O Jornal de Londrina traz chamada seca sobre os extras dos deputados estaduais paranaenses. A Folha só emociona com a foto da festa do Papai Noel às crianças que fazem quimioterapia no Hospital Universitário. O resto é seleção precária e tanto faz abrir o jornal para ler a matéria chamada. Melhor passar por cima.

Saindo do Paraná, a manchete de O Estado de S.Paulo diz: “Mercado considera pacto fiscal da EU insuficiente”. E daí? Sob um enfoque econômico mais popular – e não populesco – a matéria e consequentemente a chamada de capa atrairiam alguma curiosidade mesmo em quem não é da área. Mas, quem sabe, esta edição foi feita para especialistas.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Há, sim, uma luzinha lá no fim do túnel

Uma boa reportagem salva a edição. Com anos de prática do jornalismo em redações, sabemos que o empenho das equipes é de abastecer os jornais que circulam nos domingos com matérias de peso. Nem sempre, porém, o produto final atende às expectativas. Um pequeno contratempo pode dar num desastre.
E o leitor recebe uma edição grossa na quantidade de páginas e de encartes, mas sem conteúdo. Vai restar para ele a possibilidade de conferir os anúncios: relógios, apartamentos, carros, móveis, eletrodomésticos e nada mais a ser lido.

Os dois principais jornais do Paraná conseguiram, entre o final de semana e a segunda-feira, surpreender. A Folha de Londrina reservou justamente para a segunda-feira, dia 12 de dezembro, a sua produção mais consistente dentro de uma edição que assusta pela finura. As edições de segunda, com dois caderninhos, às vezes são hiláricas. Mas desta vez o jornalista Fábio Galão assina uma produção interessante.

“Região metropolitana, só no papel”. Este é o título. Na linha fina: “Instituída há 13 anos, RML tem integração efetiva travada por falta de planejamento e recursos”. A palavra efetiva cabe, mas é desnecessária. Deve ter sido colocada para fechar o comprimento da linha fina. Mas isso, de forma algum, interfere na produção.

É um tapa na cara dos políticos paranaenses, principalmente os que representam a Região Metropolitana de Londrina. O tom da matéria não é este, mas a cobrança está clara, curta e grossa. Vereadores, prefeitos, entidades municipalistas, deputados estaduais, secretários de Estado, governador, deputados federais, senadores, ministros e mais que surjam estão neste rolo.

Acostumados a fazer da vida pública uma guerrilha partidária visando sempre as próximas eleições, estes esqueçam de trabalhar planejamento para a região que representam. Os mesmos vícios impedem estes políticos de enxergarem os seus papéis como projetistas do desenvolvimento. Ou, se enxergam, preferem andar para trás e levar com eles inadvertidos eleitores acostumados a práticas ultrapassadas de relacionamento com o poder.

Por isso, se a produção não teve a intenção de cutucar os homens que travam o desenvolvimento, indiretamente o resultado publicado foi isso. Mas, convenhamos, o objetivo deve ter sido este mesmo e valeu. É uma reportagem que, a princípio, parece interessar a poucos. Mas diz respeito a todos. Vale ser lida.

A Gazeta do Povo também surpreendeu com a publicação do resultado da pesquisa sobre o que a população acha dos vereadores. O título da matéria, na p[gina 15, Vida Pública, edição de domingo, 11 de dezembro, é: “Paraná desaprova vereadores”. Na linha fina: “Pesquisa revela que 66% dos paranaenses estão insatisfeitos com o trabalho dos parlamentares municipais e que não se sentem representados por eles”.

O mais importante da produção é que ela retrata fielmente o sentimento do eleitor em relação aos vereadores, que passaram a ser protagonistas de brigas e escândalos e autores de projetinhos, requerimentos e indicações simplistas: nome de rua, fumódromo, título de cidadão honorário e briga. Nada mais.

E na edição de segunda-feira, 12 de dezembro, página 17, Economia, a manchete da Gazeta é: “Mercado só gera emprego que paga até dois salários”. Na linha fina: “Número de vagas com carteira assinada cresce desde 2000, mas de forma desigual. Em postos mais bem remunerados, demissões superam as contratações”.

Também verdade. Verdade, aliás, que vai contra outras reportagens, inclusive algumas produzidas pelo mesmo jornal, que reproduzem sem questionar dados oficiais. E nestes, sempre se fala do aumento das vagas de emprego e da queda do desemprego. Mas com uma visão unilateral que causa muita revolta em quem está desempregado.

A matéria é assinada por Fernando Jasper. Rosana Félix assina a reportagem sobre os vereadores desacreditados. Estas três produções dão uma leve esperança: há luz no fim do túnel em relação ao bom jornalismo.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Capítulos finais do Código de Ética do Jornalista

Os dois capítulos finais do Código de Ética do Jornalista Brasileiro estão na atual postagem. Lembramos que a versão apresentada foi atualizada em 2007, em Vitória, pela Federação Nacional dos Jornalistas.

Capítulo IV - Das relações profissionais

Art. 13. A cláusula de consciência é um direito do jornalista, podendo o profissional se recusar a executar quaisquer tarefas em desacordo com os princípios deste Código de Ética ou que agridam as suas convicções.


Parágrafo único. Esta disposição não pode ser usada como argumento, motivo ou desculpa para que o jornalista deixe de ouvir pessoas com opiniões divergentes das suas.


Art. 14. O jornalista não deve:


I - acumular funções jornalísticas ou obrigar outro profissional a fazê-lo, quando isso implicar substituição ou supressão de cargos na mesma empresa. Quando, por razões justificadas, vier a exercer mais de uma função na mesma empresa, o jornalista deve receber a remuneração correspondente ao trabalho extra;


II - ameaçar, intimidar ou praticar assédio moral e/ou sexual contra outro profissional, devendo denunciar tais práticas à comissão de ética competente;


III - criar empecilho à legítima e democrática organização da categoria.

Capítulo V - Da aplicação do Código de Ética e disposições finais

Art. 15. As transgressões ao presente Código de Ética serão apuradas, apreciadas e julgadas pelas comissões de ética dos sindicatos e, em segunda instância, pela Comissão Nacional de Ética.


§ 1º As referidas comissões serão constituídas por cinco membros.


§ 2º As comissões de ética são órgãos independentes, eleitas por voto direto, secreto e universal dos jornalistas. Serão escolhidas junto com as direções dos sindicatos e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), respectivamente. Terão mandatos coincidentes, porém serão votadas em processo separado e não possuirão vínculo com os cargos daquelas diretorias.


§ 3º A Comissão Nacional de Ética será responsável pela elaboração de seu regimento interno e, ouvidos os sindicatos, do regimento interno das comissões de ética dos sindicatos.


Art. 16. Compete à Comissão Nacional de Ética:


I - julgar, em segunda e última instância, os recursos contra decisões de competência das comissões de ética dos sindicatos;


II - tomar iniciativa referente a questões de âmbito nacional que firam a ética jornalística;


III - fazer denúncias públicas sobre casos de desrespeito aos princípios deste Código;


IV - receber representação de competência da primeira instância quando ali houver incompatibilidade ou impedimento legal e em casos especiais definidos no Regimento Interno;


V - processar e julgar, originariamente, denúncias de transgressão ao Código de Ética cometidas por jornalistas integrantes da diretoria e do Conselho Fiscal da Fenaj, da Comissão Nacional de Ética e das comissões de ética dos sindicatos;


VI - recomendar à diretoria da Fenaj o encaminhamento ao Ministério Público dos casos em que a violação ao Código de Ética também possa configurar crime, contravenção ou dano à categoria ou à coletividade.


Art. 17. Os jornalistas que descumprirem o presente Código de Ética estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, suspensão e exclusão do quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.


Parágrafo único - Os não-filiados aos sindicatos de jornalistas estão sujeitos às penalidades de observação, advertência, impedimento temporário e impedimento definitivo de ingresso no quadro social do sindicato e à publicação da decisão da comissão de ética em veículo de ampla circulação.


Art. 18. O exercício da representação de modo abusivo, temerário, de má-fé, com notória intenção de prejudicar o representado, sujeita o autor à advertência pública e às punições previstas neste Código, sem prejuízo da remessa do caso ao Ministério Público.


Art. 19. Qualquer modificação neste Código só poderá ser feita em congresso nacional de jornalistas mediante proposta subscrita por, no mínimo, dez delegações representantes de sindicatos de jornalistas.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mais um capítulo do nosso Código de Ética

Nesta postagem, o Capítulo III do Código de Ética do Jornalista Brasileiro, versão atualizada em 2007, que trata da responsabilidade profissional do jornalista:

Art. 8º O jornalista é responsável por toda a informação que divulga, desde que seu trabalho não tenha sido alterado por terceiros, caso em que a responsabilidade pela alteração será de seu autor.

Art 9º A presunção de inocência é um dos fundamentos da atividade jornalística.

Art. 10. A opinião manifestada em meios de informação deve ser exercida com responsabilidade.

Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações:

I - visando o interesse pessoal ou buscando vantagem econômica;

II - de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes;

III - obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração;

Art. 12. O jornalista deve:

I - ressalvadas as especificidades da assessoria de imprensa, ouvir sempre, antes da divulgação dos fatos, o maior número de pessoas e instituições envolvidas em uma cobertura jornalística, principalmente aquelas que são objeto de acusações não suficientemente demonstradas ou verificadas;

II - buscar provas que fundamentem as informações de interesse público;

III - tratar com respeito todas as pessoas mencionadas nas informações que divulgar;

IV - informar claramente à sociedade quando suas matérias tiverem caráter publicitário ou decorrerem de patrocínios ou promoções;

V - rejeitar alterações nas imagens captadas que deturpem a realidade, sempre informando ao público o eventual uso de recursos de fotomontagem, edição de imagem, reconstituição de áudio ou quaisquer outras manipulações;

VI - promover a retificação das informações que se revelem falsas ou inexatas e defender o direito de resposta às pessoas ou organizações envolvidas ou mencionadas em matérias de sua autoria ou por cuja publicação foi o responsável;

VII - defender a soberania nacional em seus aspectos político, econômico, social e cultural;

VIII - preservar a língua e a cultura do Brasil, respeitando a diversidade e as identidades culturais;

IX - manter relações de respeito e solidariedade no ambiente de trabalho;

X - prestar solidariedade aos colegas que sofrem perseguição ou agressão em conseqüência de sua atividade profissional.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O nosso Código de Ética - Capítulo II

Na postagem de hoje, o Capítulo II do Código de Ética do Jornalista Brasileira, versão atualizada em 2007 – Trata da conduta profissional do jornalista:

Art. 3º O exercício da profissão de jornalista é uma atividade de natureza social, estando sempre subordinado ao presente Código de Ética.

Art. 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação.

Art. 5º É direito do jornalista resguardar o sigilo da fonte.

Art. 6º É dever do jornalista:

I - opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;
II - divulgar os fatos e as informações de interesse público;
III - lutar pela liberdade de pensamento e de expressão;
IV - defender o livre exercício da profissão;
V - valorizar, honrar e dignificar a profissão;
VI - não colocar em risco a integridade das fontes e dos profissionais com quem trabalha;
VII - combater e denunciar todas as formas de corrupção, em especial quando exercidas com o objetivo de controlar a informação;
VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão;
IX - respeitar o direito autoral e intelectual do jornalista em todas as suas formas;
X - defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito;
XI - defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos idosos, dos negros e das minorias;
XII - respeitar as entidades representativas e democráticas da categoria;
XIII - denunciar as práticas de assédio moral no trabalho às autoridades e, quando for o caso, à comissão de ética competente;
XIV - combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.

Art. 7º O jornalista não pode:

I - aceitar ou oferecer trabalho remunerado em desacordo com o piso salarial, a carga horária legal ou tabela fixada por sua entidade de classe, nem contribuir ativa ou passivamente para a precarização das condições de trabalho;
II - submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação;
III - impedir a manifestação de opiniões divergentes ou o livre debate de idéias;
IV - expor pessoas ameaçadas, exploradas ou sob risco de vida, sendo vedada a sua identificação, mesmo que parcial, pela voz, traços físicos, indicação de locais de trabalho ou residência, ou quaisquer outros sinais;
V - usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime;
VI - realizar cobertura jornalística para o meio de comunicação em que trabalha sobre organizações públicas, privadas ou não-governamentais, da qual seja assessor, empregado, prestador de serviço ou proprietário, nem utilizar o referido veículo para defender os interesses dessas instituições ou de autoridades a elas relacionadas;
VII - permitir o exercício da profissão por pessoas não-habilitadas;
VIII - assumir a responsabilidade por publicações, imagens e textos de cuja produção não tenha participado;
IX - valer-se da condição de jornalista para obter vantagens pessoais.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Vamos reler juntos o nosso Código de Ética

Postamos nesta data (6 de dezembro de 2011) no blog das Mulheres Batalhadoras (http://batalhadoras.blogspot.com) o preâmbulo e o Artigo I da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que no dia 10 completa 63 de adoção e promulgação pela Assembléia Geral das Nações Unidas. O objetivo desse tipo de postagem é de juntos fazermos a releitura diária, artigo por artigo, de um documento tão importante.
Adotamos para este blog do Fórum de Jornalismo o mesmo objetivo, mas com a transcrição, parte por parte, do texto atualizado em 2007 do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Começamos com o
Capítulo I – Do direito à informação, e seguimos nas próximas postagens com todo o conteúdo:
Art. 1º O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros tem como base o direito fundamental do cidadão à informação, que abrange o seu direito de informar, de ser informado e de ter acesso à informação.
Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que:
I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica - se pública, estatal ou privada - e da linha política de seus proprietários e/ou diretores.
II - a produção e a divulgação da informação devem se pautar pela veracidade dos fatos e ter por finalidade o interesse público;
III - a liberdade de imprensa, direito e pressuposto do exercício do jornalismo, implica compromisso com a responsabilidade social inerente à profissão;
IV - a prestação de informações pelas organizações públicas e privadas, incluindo as não-governamentais, é uma obrigação social.
V - a obstrução direta ou indireta à livre divulgação da informação, a aplicação de censura e a indução à autocensura são delitos contra a sociedade, devendo ser denunciadas à comissão de ética competente, garantido o sigilo do denunciante.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Por culpa da imprensa o ministro esborrachou

O ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi, poderia estar na boa agora não fosse as bisbilhotagens desses inconvenientes jornalistas que produziram reportagens mostrando irregularidades na pasta que ele comandava. Ele passaria o Natal e festejaria a passagem de ano como ministro. Continuaria a comandar sob suspeita, mas apenas nos olhares de alguns superiores e de uma minoria de subordinados, estes metidos a besta que costumam criar casos para os chefes.

Não fosse a imprensa, Lupi não teria a obrigação de fazer uma declaração pública de amor à presidente Dilma Rousseff. Vixe, pegou muito mal! Soou falso, arranjado, dito sob pressão, da forma errada e em momento impróprio. Lupi, um pedetista, esqueceu que a chefe dele é a presidente da República de um país de cerca de 200 milhões de pessoas. E não se declara amor assim, descaradamente, a uma autoridade do porte de uma presidente de um país como o Brasil. Isso aqui não é o governo paralelo da Rocinha ou do Complexo do Alemão. Estamos falando do Brasil.

Até saíram em defesa do equivocado amante. Um dos defensores, o ministro de alguma coisa Paulo Bernardo – a pasta dele é as comunicações, mas não se sabe do que -, aproveitou o gancho e andou dizendo que também declararia amor à presidente Dilma. Então, ministro, se prepare. Este tipo de declaração é próprio de quem está para deixar de ser ministro. Quem sabe o senhor passe as pernas no seu colega Mário Negromonte, hoje ministro das Cidades, que aparece como bola da vez?

A diferença é que Negromonte tem um baita ministério e, a despeito de supostas falcatruas que já ganharam as páginas dos jornais, dá a impressão de ser um marido traído. Sim, deve ser daqueles que autorizam coisas erradas mas não comem fatias do bolo. E comunicações, meu amor, na atual circunstância representa muito pouco na estrutura da senhora Dilma Rousseff. O Hélio Costa, na época do Lula, aparecia e bem. O sucessor parece que foi enterrado.

Então, a culpa é dos jornalistas. Até por enterros de pretéritos amantes. Realmente. E sempre será culpa da imprensa. Ministro que cai, ministro que entra, ministro que fica, ministro que se esborracha, ministro que fala besteira, ministro que cede às irregularidades, ministro que solta um pum. Tudo é culpa da imprensa.

E se não fosse essa malfadada imprensa Lupi festejaria a confraternização de Natal junto com o time do primeiro escalão. Teria inclusive como fazer a viagem de início de ano, com a família, num aviãozinho emprestado de algum empresário. Aliás, por culpa da imprensa Lupi teve que exagerar na sua declaração de amor. Não fosse a imprensa, ele poderia aproveitar as reuniões ministeriais e num canto do corredor, longe dos olhares e dos ouvidos curiosos, ajoelhar-se aos pés da amada.

A imprensa, enfim, desfez muito do projeto de Lupi, até no campo sentimental. Mas de uma coisa a imprensa tem lá muito mérito: o brasileiro sabe agora que tinha um ministro do Trabalho verborragicamente incorreto. Quantas besteiras ele foi obrigado a dizer em tão pouco tempo de reinado. 

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sábado é dia de pauta no Calçadão de Londrina...

Sábado, ufa! Vamos conferir a pauta: Calçadão de Londrina, Calçadão de Londrina, Calçadão de Londrina e Calçadão de Londrina. Muito variado, não? Mas é assim mesmo.

As manhãs de sábado em Londrina são de encontro com equipes de jornalismo, principalmente de televisão, no Calçadão. Falta de criatividade? Parece. Preguiça? Não vamos chegar a tanto.

E vejam a cena: a repórter parece a Rainha de Sabá. Prepotente, mandona, equilibra-se nos saltos e se acha a dona do mundo. E o repórter? É a autoridade do lugar. “Aqui quem manda é nois...”

E é um tal de fazer perguntas bestas para saber se o comércio vai bem ou mal. Cuidado com as críticas. A edição te corta. E coloca no ar justamente aquela partezinha que te expõe como um tonto e desinformado. A sua análise foi cortada e só sai o que não interessa:

E o cara ou a cara te pergunta: “O senhor está feliz por ter recebido o décimo-terceiro?” Nesse caso, o que é que se responde? E se você está impaciente e nervoso na fila do caixa, o cara ou a cara te pergunta: “Está demorando muito o atendimento aqui no caixa?”

Caracas! Dá vontade de xingar e mandar para aquele lugar. É uma cultura... O problema, enfim, não é o Calçadão. O local rende boas matérias, mas para isso é preciso pauta, isenção da emissora, criatividade da equipe e ousadia.

E se o espaço do Calçadão é pequenos para tantas equipes se trombando, existe a periferia. Aliás, estamos falando da periferia do anel central, formada pelas ruas próximas. Não imaginamos longe, lá no além.

Mas para que sair do círculo? A pauta diz para fazer uma enquete no Calçadão. Afinal de contas, pauta é pauta, tem que ser cumprida. E os cinegrafistas? Olha, nos repórteres o microfone com a logomarca é o máximo. No pessoal da imagem o equipamento pesa mais do que os quilos que ele tem. E sobe na cabeça.

Até os auxiliares, que normalmente são motoristas, viram celebridades. Mandam, desmandam e depois... bom, vamos conferir o produto final. E vai ao ar aquela caca, sem novidade, sem criatividade, sem luz e brilho. E viva o jornalismo que o resto é resto!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mais pressão para o segundo turno do diploma

O primeiro importante passo para resgatar a obrigatoriedade do diploma de curso superior para o exercício da profissão de jornalista foi dado nesta quarta-feira, dia 30 de novembro de 2011, no Senado Federal. A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 33/2009 passou no primeiro turno da votação com 65 votos a favor contra apenas sete contrários.

O que deve ser considerado é que chegou-se a este resultado devido ao esforço das entidades sindicais de todo o Brasil. A mesma vantagem deve ser registrada no segundo turno e nisso, em primeira instância, deve ser louvado a partir da pressão dos sindicatos o entendimento sensato dos parlamentares sobre a questão.

É preciso lembrar que o fim da obrigatoriedade do diploma de jornalista, em 2009, veio no rastro de uma briga jurídica iniciada por segmento do setor empresarial, no Rio de Janeiro. A seqüência foi a decisão do Supremo (STF), que alegou que o decreto que tornava o diploma obrigatório era um instrumento da ditadura militar para cercear a imprensa.

A votação em segundo turno depende, ainda, de um acordo entre as lideranças partidárias. Mas conhecendo o esforço dos sindicatos e dos profissionais de jornalismo, entendendo o motivo que leva a este esforço e dispostos a conjugar por uma decisão legal que atenda, principalmente, a planificação e a prática de um jornalismo ético e de qualidade, moldado nas recomendações de acessibilidades de espaço de publicação e de leitura para a maioria da população brasileira, a expectativa é de que os senadores referendarão muito em breve a volta da obrigatoriedade do diploma.

Em relação ao Norte do Paraná, deve ser registrada a passiva existência dos cursos de comunicação social, habilitação em jornalismo, inclusive em relação ao diploma. O puxão de orelhas é nos coordenadores e professores dos cursos. Os alunos, infelizmente, refletem o adormecimento dos mestres.

PEC DO DIPLOMA PASSA EM 1º TURNO

O Senado aprovou na sessão de quarta-feira, 30 de novembro, em primeiro turno, a PEC 33/2009, que devolve a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Foram 65 votos a favor e apenas sete contrários. Mais detalhes em seguida.