Nem sempre a boa notícia é o espetáculo natalino com público recorde num canto qualquer da cidade. Um antigo chefe de redação de Londrina costumava dizer que as edições do Natal e do Ano Novo devem ser para cima, sem a publicação de acontecimentos ruins.
Mas as notícias são geradas de fatos. E fatos não escolhem datas: Natal, Ano Novo, carnaval, Dia das Crianças, Páscoa. É tudo igual. Um novo escândalo pode ser descoberto em qualquer dia. Um acidente nunca é adiado. Um incêndio mata pessoas e desabriga famílias às vésperas do dia do nascimento do menino Jesus e tem que sair nos jornais.
Não fosse por isso produziria-se uma revista com temas mornos: como preparar a ceia; qual é o melhor tipo de carne para o almoço; vinho branco é bom para ensopar peru; onde encontrar frutas da época; beterraba é recomendável ou não e assim por diante.
Mas jornal de notícias não é um presente trazido pelo Papai Noel. Embora ele mereça algumas reportagens, nem por isso o bom velhinho usa a máscara da vaidade para ser notícia. Desses que merecem espaço nos jornais alguns são por merecimento por serem voluntários que escondem a cara com a barba e saem presentear necessitados.
Jornal, no Natal ou no Ano Novo, é uma leitura obrigatória. Matérias de serviços sobre cuidados nas viagens, na bebida e na alimentação, por mais que sejam repetitivas, sempre interessam a alguns. Notícias de acidentes no trânsito, queiram ou não, ajudam a conscientizar alguns motoristas mais abusados.
E por incrível que pareça, certas tragédias são mais freqüentes nos períodos de festas, principalmente nas estradas. São mais famílias viajando e consequentemente mais negligência nas rodovias.
É claro. Noticiar por noticiar chega a ser em vão. Mas noticiar por ser papel do jornalismo dar conta aos leitores do que acontece na sociedade é obrigação. Então aquele antigo chefe de redação nunca teve razão.
Variedades é produto de revista específica para isso. Jornal existe para noticiar tudo o que merece ser noticiado.
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