quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Capas, acertos e ufanismos dos impressos diários

Entre as capas da Folha de Londrina e da Gazeta do Povo, nesta quarta-feira, 25 de janeiro, fico com o Norte do Paraná. Aliás, escolho o Interior, com o “r” carregado e sotaque mais de paulista.

A Gazeta trouxe de manchete a volta dos aposentados ao mercado de trabalho. Mas o título é ufanista: “Sem mão de obra, empresas contratam mais idosos”. Está dado o recado: idoso só tem oportunidade de trabalho porque está faltando mão de obra. Caso contrário o aposentado teria que sobreviver com a renda a quem tem direito mas é paga mensalmente pelo governo com uma defasagem assustadora.

A Gazeta também traz na primeira dobra do estander a foto de Lula, todo senhor de si, atrás de Dilma. Dilma, na frente, está desfocada. Lula, gargalhando, está nítido. A intenção do fotógrafo (Sérgio Lima, da Folhapress, agência da Folha de S.Paulo) é clara: ele é quem dá as cartas; ela obedece. Será?

A Folha de Londrina acerta porque trata em sua manchete de uma realidade que raramente a própria mídia trata com propriedade, ao estampar chamadas ufanistas de tudo vai muito bem por aqui. O título é: Juro alto desacelera geração de emprego”. Abaixo do título a linha fina chamando para a matéria que está no caderno de Economia e acima uma foto em seis colunas. Toda a meia página acima da dobra é ocupada pela manchete. A Folha sai do comum e da mesmice e deixa Lula e Dilma de fora da capa. Todas as demais chamadas são de matérias produzidas pela própria equipe do jornal. Isso é maturidade. Isso é elogiável. Isso é avanço, pessoal da Folha de Londrina. Parabéns!

Quanto aos jornais de fora, o Estadão traz Lula e Dilma abaixo da manchete, com foto e texto. O título: “Volta em grande estilo”. A intenção foi outra, mas quem lê acha que o jornal é lulista. Oras, a Dilma é a bola da vez!

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