Às vésperas das comemorações dos 189 anos do Grito do Ipiranga, aspira-se, mais uma vez, a independência que não é aquela vangloriada nos livros escolares. Busca-se a dignidade. Almeja-se a justiça e a oportunidade para todos os brasileiros. O que se quer, enfim, é um país livre da roubalheira e da impunidade. Esta é a independência desejada pela Nação.
Quando nos referimos acima sobre a contribuição do jornal, é claro que devemos considerar que esta marcha às vezes parece ingrata. Há momentos em que ela emperra. Em outras circunstâncias o que temos é a ação dos decentes, cujos resultados são, na maioria das ocasiões, demorados. Isto quando eles chegam, pois estão registrados que em determinados casos nem as forças tarefas vencem os maus.
“O custo da corrupção”, traz a manchete do caderno especial. É oportuno reproduzir, com o perdão dos autores, o texto da capa: “Se colocados na ponta dos lápis, os escândalos que habitam o noticiário político representam muito pouco do que o país perde cotidianamente para a corrupção. Na última década, estima-se que ao menos R$ 6 bilhões desapareceram por ano no caminho que leva os recursos federais de Brasília para os municípios, onde deveriam resultar em ações sociais e de infraestrutura”.
Infografia na página 2 escancara: “R$ 40.000.000.000 é o montante de recursos desviados, a partir de levantamento em investigações conduzidas pela CGU (Controladoria Geral da União) e pelo TCU (Tribunal de Contas da União), entre 2002 e 2008” .
Abaixo, na mesma página: “Corrupção faz Brasil perder uma Bolívia”, com a linha fina “Estudo revela que recursos desviados poderiam reduzir à metade o número de casas sem saneamento no país”. A referência à Bolívia está explicada no infográfico: “Esse dinheiro – os 40 bilhões – supera os R$ 36,44 bilhões previstos como o PIB (Produto Interno Bruto) da Bolívia em 2011 (estimativa do FMI – Fundo Monetário Internacional)”
Entre os casos gritantes de desvios, a reportagem de Folha de S.Paulo destaca as 27 irregularidades detectadas pelo TCU no projeto da represa de Sobradinho, na Bahia; os desvios nas obras de duplicação da BR-101 e relaciona os principais escândalos da política nacional.
Entre eles, o de 1992 envolvendo Collor e o empresário PC Farias; os Anões do Orçamento em 1993; o caso Maluf/Pitta entre 1993 e 1999; o superfaturamento na construção do TRT de São Paulo entre 1998 e 2000; o caso Sudam em 2001; a Operação Anaconda, o Mensalão, a Máfia dos Sanguessugas, a Operação Navalha, o Mensalão do Dem.
É um caderno especial, enfim, que deve ser levado neste dia 7 de setembro para as ruas e mostrado às autoridades das diferentes esferas nos momentos em que elas, às vezes maldosamente indiferentes, outras vezes julgando-se inocentes, tentarão cantar o Hino Nacional Brasileiro. Todos têm culpa no cartório, ainda que seja por omissão.
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