Quem é Paulo Camargo? Infelizmente somos obrigados a iniciar esta análise com uma pergunta. Há segmento das letras que condenam a prática e o argumento é aquele, essencialmente básico: texto, principalmente em jornalismo, é para informar. Pergunta, portanto, é recurso de quem não tem o que informar.
Neste caso estamos discordantes. Mas é hora de entrar no assunto após um parágrafo de angústia desnecessária. Paulo Camargo assina na edição desta segunda-feira, dia 19 de setembro de 2011, uma espécie de dica de filme na página 4 do Caderno G da Gazeta do Povo.
Exceto trechos em que a linguagem apela para termos cuja compreensão é limitada, o resto é um bom fichamento. Distopia, por exemplo. E logo mais trataremos com certo tom informativo sobre isso.
O autor fala de Não Me Abandone Jamais (Never Let Me Go), filme baseado no romance de Kazuo Ishiguro. Publicado em 2005, foi considerado pela Revista Time como o melhor livro da década. Adaptado para as telas por Alex Garland, o filme foi dirigido por Mark Romanek e ganhou as salas comerciais de projeção.
Embora seja fora de foco deste texto analisar a história e a produção, um trechinho copiado de outras avaliações que não são a da Gazeta do Povo é pertinente, até para situar quem está lendo isso. Nas aspas, diz-se assim: “1952 - a cura para as principais doenças da humanidade teria sido descoberta, através da doação de órgãos, advindas de clones humanos. Kathy, Tommy e Ruth são três destes clones; crianças criadas numa escola isolada, cuja principal regra é a superproteção dos alunos, para que eles não contraiam nenhuma doença e sejam seres capazes de doar órgãos saudáveis”.
Basta. Sobre a distopia, mais aspas: “Pode ser sinônimo de anti-utopia - aplicado a uma obra que põe em causa ou satiriza alguma utopia ou que desmitifica tentativas de apropriação totalitária de um cenário utópico”. Entenderam? Quase, quase...
E agora a resposta à pergunta que abriu este texto. Paulo Camargo é um profissional que produziu um texto e deu dicas aos leitores sobre um filme. Um cara que teve a falta de sorte – para não dizer azar – de ter o seu texto editado por alguém que faz um título assim: “Nascidos para morrerem jovens”. Isso machuca os ouvidos, mesmo que surjam alguns em defesa do acerto dos dois verbos.
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