O enredo apela para o clichê e imagina-se que por ali toda a produção cairia no comum: relação sentimental abalada, necessidade de afirmação profissional e um filho que exige o pai herói mas não o tem. Tudo depende da forma como esse conteúdo é absorvido.
É possível, no entanto, encarar a trama como um importante alerta para o profissional de jornalismo. Assim o fizemos quando buscamos nas prateleiras de promoções O Resgate de um Campeão. Originalmente, Resurrecting the Champ, lançado em 2007.
A direção é de Rod Lurie. Assinam o roteiro Michael Bortman, Allison Burnett e J.R. Moehringer. É um longa-metragem de 112 minutos produzido nos Estados Unidos.
A sinopse é convencional: “O repórter esportivo Erik salva um sem-teto e acredita que ele seja Bob Satterfield, uma lenda do box que acreditavam estar morto. Assim, surge para o jovem a oportunidade de uma grande matéria, resgatando a história do ex-lutador. Esta jornada do ambicioso repórter transforma-se em uma viagem pessoal, na qual ele reexaminará sua própria vida e o relacionamento com a família.”
Quem perderia 112 minutos por causa disso que se descreve? A história é muito mais. Envolve, principalmente, a fragilidade na checagem da informação por parte do repórter. E mostra que, às vezes, os holofotes desprezam a ética quando quem erra pode ser personagem que dê audiência.
O repórter Erik, interpretado por Josh Hartnett, está desprestigiado no jornal em que trabalha. Precisa de uma matéria de impacto. Encontra o sem-teto que diz ser Bob Satterfield e insiste em produzir a matéria. O sem-teto se recusa. Erik insiste.
Com a ajuda de uma estagiária consegue arquivos sobre Bob Satterfield. Faz alguns telefonemas, tenta entrevistar o filho do ex-campeão e este se recusa a dar entrevista. Erik confessa ao sem-teto que está para perder o emprego. O sem-teto aceita dar entrevista. Numa prévia publicada pelo jornal sobre a matéria, anunciando que Bob Satterfield não morreu, o repórter recebe telefonemas de antigos profissionais que faziam a cobertura das lutas de box. Aliás, o pai de Erik, já falecido, fora um locutor esportivo.
Nesses contatos Erik é informado que Bob morreu. Que a pessoa que se diz ser o ex-campeão está mentindo. Nesse meio tempo Erik é convidado para ser o apresentador de um programa esportivo de televisão, pois os holofotes já haviam chegado a ele. A reportagem sai no jornal e o filho do ex-campeão, que não havia se manifestado, processa a empresa de comunicação e o repórter.
Enfim, Bob está morto e o sem-teto foi realmente um lutador que após a morte do ex-campeão lutou em localidades onde o box era pouco difundido usando o nome do outro.
Eirk é desmoralizado pelos seus editores, mas o programa de televisão aproveita a evidência do repórter para mantê-lo na cobertura do box. A relação pai e filho é mostrada quando Erik comparece à sala de aula num programa em que os pais mostram suas profissões. Um aluno menciona o erro cometido por Erik na produção da matéria sobre o ex-campeão que estava morto e o repórter tentou ressuscitar.
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