Sai Lupi, entra Negromonte. A bola da vez é áspera e pesada. Na rebatida, pode sujar colarinhos que até agora escaparam das manchas provocadas por outros escândalos envolvendo gente ligada ao governo federal. Outro detalhe: o ministro das Cidades, Mário Negromonte, é a autoridade que fica de braços abertos na frente do alvo. É provável que ele tenha apenas quebrado o galho para favorecer outros. Mas por isso mesmo merece cair no chão duro com o mesmo impacto desse galho que se vinga.
Para saber do que se trata basta conferir a capa da edição desta quinta-feira, dia 24 de novembro de 2011, de O Estado de S.Paulo. A manchete diz: “Fraude no Ministério das Cidades encarece obra da Copa”. A reportagem investigativa é assinada pelo jornalista Leandro Colon. O assunto está nas páginas A4, A6 e A7 da versão impressa e pode ser conferido também na versão virtual pela internet.
O texto da capa diz: “O ministro Mário Negromonte (Cidades) aprovou uma fraude produzida para dar respaldo técnico a um acordo político que encareceu um projeto de transporte para a Copa 2014 em Cuiabá (MT). Documento forjado pela diretora de Mobilidade Urbana da pasta, Luiza Vianna, mudou o parecer que vetava uma alteração defendida pelo governo de Mato Grosso”.
Vamos prosseguir com a transcrição da chamada de capa do Estadão para dar destaque ao assunto e, principalmente, evidenciar a boa produção do jornal: “Em uma reunião a cuja gravação o Estado teve acesso, Luiza disse que a ordem foi do chefe de gabinete de Negromonte, Cássio Peixoto. A troca fez o custo do projeto saltar R$ 700 milhões, atingindo R$ 1,2 bilhão. A manobra começou em 6 de outubro, quando Luiza Vianna pediu ao autor do parecer, Higor Guerra, que o alterasse. Como ele se recusou, ela e a gerente de projetos, Cristina Soja, assinaram o novo texto, aproveitando o anterior, mas mudando a conclusão”.
É, portanto, uma história cabeluda com respingos em muita gente. A trama teria sido acertada em reunião entre o governador de Mato Grosso, Silval Barbosa e o Palácio do Planalto. Silval é do mesmo partido do nosso vice-presidente.
E, no mais, tudo como antes. Dissemos na linha de abertura “Sai Lupi, entra Negromonte”. Ambos continuam no poder, mas a partir de agora repartem as páginas dos jornais que tratam das coisas podres do poder. Quanto à Folha de S.Paulo: manchete de revistinha de variedades: “Lei antifumo valerá em todo o país”.
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