Recorremos mais uma vez à reportagem de O Estado de S.Paulo sobre o seminário promovido pela International Newsmedia Marketing Association (Inma) em São Paulo. O encontro, conforme postagem anterior (abaixo), era para ver como os empresários de comunicação poderiam encher os cofrinhos tirando moedinhas dos bolsos de quem acessa notícias pela internet.
Mas, de cara, participantes do evento, representando jornais da América Latina, foram borrifados com molho de pimenta nos olhos pelo diretor-executivo da Inma, Earl Wilkinson, que disse: “Os que não têm um jornalismo pelo qual os leitores se dispõem a pagar não conseguem ter assinantes online suficientes”.
Fez efeito! Vamos a trechos de depoimentos extraídos da reportagem assinada pela jornalista Marili Ribeiro (Negócios – Página B16 – Quarta-feira, 23 de novembro de 2011):
- “Conteúdo de qualidade é o que faz os leitores buscarem o meio jornal para se informarem” – Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do Grupo Estado;
- “A receita que vem do site é ainda 4% do faturamento do jornal impresso... / ...não dá para correr atrás do canto da sereia do digital, que é muito forte, e, com isso, matar a galinha dos ovos de ouro desse negócio” – Paulo Motta, editor executivo de produção de O Globo;
- “O papel tem mais penetração do que a internet, que atinge 44 milhões de leitores de notícias” – Sérgio D’Ávila, editor executivo da Folha de S.Paulo (em referência aos números colhidos em pesquisa do Datafolha, na qual 73 milhões de brasleiros dizem ler jornal impresso, sendo que 21 milhões lêem todos os dias.
E vejam que Paulo Motta, de O Globo, ironizou a si próprio e aos colegas presentes no seminário quando brincou com as previsões catastróficas dos consultores que anunciaram a morte do jornal impresso em dez anos.
Tomara que isto signifique um repensar. E que este repensar reflita diretamente na busca de qualidade dos impressos.
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