sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Horóscopos hiláricos nas páginas dos jornais

 Ler as seções de horóscopo de alguns jornais é a mesma coisa que provar cannabis: dá vontade de rir e muito, A difereça é que cannabis é proibida. Das seções de horóscopo pode se rir à vontade, mas deve-se ter cuidado para não parecer que o riso é a evidência de uma loucura.

Jornal de Londrina e Gazeta do Povo usam os mesmos serviços de fornecimento de horóscopo. Vamos ao signo de Gêmeos: “A vontade de renovação, de gerar um futuro mais promissor e feliz, passa novamente pelo desagrilhoar-se de cargas passadas. Não temas se soltar, planar livre pelo céu”.

Coisa de louco. Imaginem a pessoa que escreveu isso gargalhando após cada publicação? Seria ela especialista no assunto? Soubemos em conversas de mesa de bar que numa grande redação de Londrina o envio da seção de horóscopo às vezes atrasava a ponto de comprometer o fechamento da página.

Na emergência, alguém tratava de incorporar um especialista no assunto e produzia os textos de cada signo. O duro é que apareciam, no dia seguinte, cartas elogiando a seção de horóscopo porque “bateu tudo o que estava escrito”.

Vamos a outro signo do Jornal de Londrina e da Gazeta do Povo: “Para ir adiante é preciso antes – lembra-se? – libertar-se do passado. Novas liberdades estão podendo ser conquistadas, mais uma vez, por estes dias finais de outubro”. Este é o de Aquário.

O interessante é que a pessoa que escreveu parece tem muita intimidade com o aquariano que está lendo. É a mesma coisa que acontece quando o sujeito procura por determinadas pessoas que prometem curas e soluções de problemas. Esse sujeito chega ao local debilitado psicologicamente, pois está em estado de sofrimento. Sem perceber, a primeira coisa que faz quando atendido é desabafar. Conta todo o problema.

E quem atende está esperando por isso. Desse relato vai dar o diagnóstico, incluindo no meio a mulher morena que se aproximou do marido, o homem claro que está trabalhando com a esposa, a vizinha de cabelos longos que estaria com inveja. O atendido sai crente que pagando o valor pedido para a compra de velas e folhas para queimar a solução virá.

Mas horóscopo publicado em jornal deve ser feito por quem entende de assunto. Pacotes comprados de agências que produzem este tipo de coisa são opções perigosas. E fica a pergunta: se um jornal leva nas coxas a sua seção de horóscopo, que é lida por um incalculável número de leitores, como vamos acreditar no jornalismo produzido por este meio?

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