quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O IDH, a República Velha e a evasão escolar...

A salada mista pode fazer bem depois de um feriado de meio de semana, quando a quinta-feira amanhece com cara de segunda. Optamos pelo texto bobo, do tipo que enfatiza o que todos já sabem: estamos no dia 3 de novembro de 2011 e a maioria dos jornais traz na capa a subida do Brasil em uma posição no IDH 2011.

Pois é! O Brasil está em 84º lugar entre 187 países. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), desde 2000 o Brasil avança 0,69% ao ano no Índice de Desenvolvimento Humano. É um avanço em ritmo de tartaruga. Aliás, a charge da Folha de Londrina, na página 2 do primeiro caderno, é muito oportuna por ser retrato da realidade.

Vamos buscar lá atrás, nos museus da política, algum fato que relacione este vagar de hoje. Retrocedemos até 1891. Naquele ano a República Velha, que durou da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889 até a Revolução de 1930, mostrou suas asinhas com um ato de exceção.

O presidente da época era Deodoro da Fonseca, que em represália à aprovação de um lei que permitia o impeachment do presidente, mandou fechar o Congresso Nacional e decretou Estado de Sítio. Foi uma versão mais antiga daquilo que anos depois a ditadura militar fez, com os atos institucionais. Naquele período a salvação veio com a Revolução de 1930, que depôs o último presidente da República Velha, Washington Luiz. E veio Getúlio Vargas.

Agora avancemos 120 anos e retornemos a 2011. E como no momento anterior ao retroceder, caímos novamente com a cara nas manchetes sobre a subida do IDH. O Jornal de Londrina traz um quadro interessante. Algo que mostra que o brasileiro sempre está contente com tudo o que representa uma pequena melhoria.

“Em uma escala de 1 a 10, a população do país deu nota 6,8 para sua vida, enquanto os alemães deram 6,7 e os noruegueses – maior IDH no mundo – 7,6”. Outro aspecto interessante é mostrada na produção da Folha de Londrina, em que um especialista analisa o mascaramento de cidades como Londrina, com mais de 70 favelas.

E no mesmo foco, com outro assunto, caímos na matéria da Gazeta do Povo: “134 cidades têm evasão escolar acima da média”. Isso, mais uma vez trabalhando o óbvio, significa um terço dos municípios paranaenses. É muita coisa.

De acordo com a matéria, o índice nacional é de 10,3% no ensino médio e de 3,1% no ensino fundamental. Prado Ferreira, aqui no Norte do Paraná, é um dos exemplos negativos: 21,5% dos alunos do ensino médio abandonam a escola.

É dessa salada que temos um diagnóstico que, se não é científico, é real. A preocupação com a política é, no Brasil, historicamente mais importante do que qualquer outra coisa. Verdade ou mentira? Mentira. A preocupação com a politicagem e o poder é, no Brasil, prioridade dos politiqueiros e o povo, eleitor, entra com muita facilidade no jogo.

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