quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O ensino e a educação sempre dão boa leitura

Texto ruim com informações importantes dá leitura sim senhor, quando o assunto interessa. Estamos falando da reportagem publicada pela Folha de Londrina na edição de quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012. O tema mereceu a manchete da capa da edição. Um justo merecimento.

Na página 8 do primeiro caderno, a matéria com o texto abre e uma retranca de apoio, ilustrada com infografia, ultrapassou em duas linhas a dobra. O título: “Mais de 220 mil crianças e jovens fora da escola”. Embora sem verbo, a forma como o título foi composto atrai leitura. A linha fina complementa: “Número representa 9,5% da população entre 4 e 17 anos no Paraná; em todo o País são 3,8 milhões nessa situação”.

A reportagem foi baseada no estudo “De Olho nas Metas 2011”, feito pelo movimento “Todos pela Educação”. Algumas informações contidas no texto, assinado pelo repórter Rubens Chueire Jr.: são exatos 227.803 crianças e adolescentes de 4 a 17 anos de idade fora das salas de aula no Paraná; o total da população nessa faixa etária no Estado é de 2.934.523 pessoas; o Paraná está em sétimo lugar no ranking negativo de público em idade escolar que estão fora dos estabelecimentos de ensino.

Com base no relatório sobre o estudo, a reportagem informa: “Para alcançar a educação que o Brasil precisa, foram definidas cinco metas específicas que englobam a garantia da permanência da criança na escola: alfabetização plena; qualidade do aprendizado; conclusão do ensino médio e investimento. Estas metas devem ser atingidas até 2022”.

Pois bem. O volume de informações, mesmo tendo como base um estudo pronto e faltando, portanto, uma localização de casos, supre deficiências redacionais. A retranca de apoio trata da dificuldade de se ensinar e consequentemente aprender matemática. O Estado de S.Paulo, por exemplo, usou este gancho na repercussão do estudo (“Em apenas 35 cidades do País mais da metade dos alunos sabe matemática” – título da matéria na página A16).

Mas um dia depois, na edição desta quinta-feira, dia 9 de fevereiro, o jornal destacou a manchete com o título “Desastre na educação”. O início do artigo: “Com 3,8 milhões de crianças e jovens fora da escola e padrões de ensino muito ruins, o Brasil terá muita dificuldade para se manter entre as maiores e mais prósperas economias, diante de competidores empenhados em investir seriamente em boa educação, ciência e tecnologia.”

A Gazeta do Povo passou batido e tomara que não seja pelo fato do levantamento ser assinado por uma entidade. Preferimos que tenha ocorrido uma falha de pauta, e não uma tendenciosidade chapa branca.
Por isso a matéria da Folha merece ser lida. E se possível, deve ser repercutida. O assunto exige e sempre terá leitura.

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