Um achado! E quem imaginaria encontrar num caderno destinado aos assuntos tecnológicos uma reportagem escrita em versos? Pois é. Está no caderno Link de O Estado de S.Paulo, encartado na edição desta segunda-feira, dia 31 de outubro (página L3).
A jornalista Tatiana de Mello Dias, que assina a matéria, começa o texto assim: “Cuidar das mídias sociais, / essa é sua função. / Tábata Cury é seu nome. / São cinco anos de dedicação. / Ela trabalha no Bradesco, / monitora as redes sociais. / E, para perguntas de clientes, / sempre dava respostas banais...”
A matéria repercute o caso de uma relação de um cliente e seu banco através do Facebook. Para solicitar um novo cartão o cliente Mauro Junior usa a rede social e faz o pedido em rima: “...plena falta de cuidado / digna de um jabuti / fazendo compras no mercado / o meu cartão eu perdi / antes que eu passe fome / faço a solicitação / ao meu banco preferido / preciso de outro cartão!”
Tatiana, a funcionária do banco que cuida das redes sociais, responde também em versos: “Mauro querido cliente / pra você ter outro cartão / à sua agência deve ir pessoalmente / Mas não será por motivos fúteis / Você irá cadastrar nova senha / E seu cartão chegará em até 7 dias úteis / Agradecemos a sua compreensão / E sempre que precisar / Pode contar com a nossa colaboração!”
E não é que outros participantes da rede tiveram acesso ao diálogo poético e entraram no clima? Um deles, que assina como Marcelo, posta um comentário: “Mas que pedido criativo / educado e nada hostil / com o Itaú eu imagino / que a rima não seria gentil.”
Tatiana de Mello Dias assina a seção Vida Digital no caderno Link do Estadão. Assim como na abertura de seu texto toda a matéria sobre o caso é em rimas. Ela finaliza: “...No site, o Link narrou a história / e seguiu os versos bancários / e o lirismo confirmou sua vitória / em dezenas de comentários.”
Está ai! Em circunstância normal um redator de assuntos virtuais apenas relataria o caso. Tal relato seria tão objetivo que o assunto se esgotaria em cinco linhas. E a pequena notícia seria muito desimportante principalmente para os internautas que navegam nas redes sociais e tem acesso aos acontecimentos virtuais na hora.
Com a criatividade que o assunto foi tratado, a matéria conquistou não somente os adeptos das redes, mas também os leitores que são cativos dos impressos. Esta é uma das formas de manter os jornais sempre interessantes. Com resumões o fracasso chega no casco da tartaruga. Mas chega.
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