O caso mais recente é o do fotógrafo Fernando Fiedler, da agência italiana International Press Service (IPS), que teria sofrido espancamento. As imagens que ele havia capturado foram deletadas de sua câmera fotográfica. Jorge Villegas, fotógrafo da agência chinesa de notícias Xinhua, diz ter sido intoxicado com uma bomba de gás lacrimogêneo que policiais pressionaram contra o seu rosto, durante a cobertura de uma manifestação estudantil.
Também fotógrafo, Efe Victor Salas, de uma agência de notícias espanhola, trabalhava na cobertura de uma manifestação na cidade de Valparaiso quando foi agredido por um policial da cavalaria. Como resultado da agressão Efe Victor Salas perdeu um olho.
A presença de representante das Nações Unidas para Liberdade de Imprensa no Chile significa, no mínimo, que passa a existir a partir de agora uma acusação formal contra o governo chileno de violência contra os profissionais de jornalismo que cobrem os protestos contra o presidente Sebástian Piñera.
O detalhe que identifica um grosseiro desrespeito contra o exercício da profissão e consequentemente contra o profissional de jornalismo: existem onze denúncias por escrito no Ministério do Interior chileno. Mas a polícia afirma desconhecer qualquer denúncia de agressão.
É uma espécie de volta do regime de exceção. Sem poder de censura, parte-se para a violência para tentar abafar qualquer grito de liberdade. Infelizmente, o procedimento reflete burrice. E burrice faz os violentos agirem com os olhos fechados. Que a intervenção internacional abra os olhos de Piñera e mostre a ele que não é com o silêncio que o seu governo conseguirá esconder as fragilidades e as incompetências.
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