Tem formato stander. São três cadernos, cada um com apenas quatro páginas. Seria um efeito psicológico? Algo para dar a impressão de um grande jornal? A capa é uma colcha de retalhos. Confira os assuntos: Beto Richa, Câmara de Londrina, Hauly, Cambé 64 anos, lançamento de revista, baile da Polícia Civil, Alex Canziani, Central Sindical, empresário de Ibiporã, perfil de empresário e imobiliarista do Norte do Paraná, outra de Beto Richa, Arapongas 64 anos e Prêmio Destaque Paraná.
Onde conseguimos o exemplar que estamos olhando? Afanamos de uma assessoria de imprensa de órgão público. Na página 4 do primeiro caderno, uma coluna de moda. O título do artigo é “Paris traz verão de luxo e feminilidade”. Ao lado, a coluna social. Vejam alguns dos nomes presentes, com as respectivas fotos: presidente do Sindipol, advogado fulano, namorada sicrana, apresentador Camargo, empresário beltrano e vereador tal.
A capa do segundo caderno é sobre o aniversário de Cambé. Texto resgatado de algum levantamento histórico. Além da história, o oficial. Ocupa pouco mais de meia página. Arapongas, que também completa 64 anos, merece uma retranca de menos de meia página. E o resto do caderno? Mensagens de políticos, empresários e tais sobre o Dia das Crianças. Com fotos dos autores.
O terceiro caderno? Ah, na página 3 a matéria abre diz tudo: “Hauly mostra um Paraná de progresso”. Fora isso? Não foi possível continuar. É tanto quadradinho com foto que cansa. Tantas letrinhas desperdiçadas, quantas palavras em vão.
Comparamos alguns dos últimos exemplares do jornal com o atual. Às vezes a impressão é que estamos folheando a mesma edição, pois algumas figuras políticas e empresariais se repetem em todos os números.
Consultamos um velho conhecido que nada tem a ver com jornal. Ele é um médio comercinte: “Conhece algum Fatos do Paraná, um jornal a serviço do Paraná?”. Ele disse que nunca ouviu falar. Será que este nosso conhecido mente? Se assim o faz, por qual motivo seria? Na hora da consulta chovia. E o jornal serviu para alguma coisa. Não há como analisar algumas publicações sem usar da ironia. Infelizmente... E perdões pelo título ser uma indagação. Tentamos de outro jeito, mas para não ser muito forte inventamos o uso do ponto de interrogação para titular. Tudo é válido diante da circunstância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário