terça-feira, 30 de agosto de 2011

Personalidade em risco entre o oficial e o oficioso

O Jornal de Londrina escancara na edição desta terça-feira, dia 30 de agosto, manchete seca de duas linhas sobre a investigação da crise da saúde em Londrina pela Assembléia Legislativa do Paraná. A palavra CRISE é usada como chapéu. O título: “Assembléia investiga saúde em Londrina”.  A linha fina: “Deputados aprovaram por unanimidade, no final da tarde de ontem, uma Comissão Especial para investigar a gestão da saúde em Londrina. A abertura do processo foi pedida pelo deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB) e motivada pelos diversos problemas enfrentados pelo setor, como denúncias de corrupção e ameaça de fechamento de prontos-socorros. A comissão tem 100 dias para a investigação e, ao final, pode apontar culpados e responsabilizá-los.”
É notícia, não há dúvida. Mas só merece manchete em jornal que migra entre o oficial e o oficioso. Vejam que essa Comissão Especial já é conhecida pelos londrinenses. O texto, na página 4, lembra que em maio uma comissão de deputados visitou o Hospital Universitário, “onde encontrou pacientes pelos corredores e o pronto-socorro superlotado”. No relatório final, que integrou documento da CPI dos Leitos, “apontou a desorganização do sistema e as falhas no funcionamento das centrais de leitos como os principais problemas”. E quem é que não sabia disso? O que foi feito a partir desse relatório?

A crise da saúde em Londrina está nas mãos do Ministério Público. A Câmara de Vereadores faz de conta e entre legislar em causa própria e mostrar um mínimo de serviço, cumpre timidamente o seu papel. Considera-se também as limitações da casa não apenas no aspecto legal, mas principalmente no conteúdo político e ideológico dos vereadores.

A verdade é que se faz urgente uma abordagem de mídia que cobre dos políticos atitudes, posturas e personalidades, sejam eles adversários ou aliados e vistam diferentes camisas. O político brasileiro – e o londrinense é retrato piorado – tem que assimilar o conceito de democracia e pautar o seu mandato com base em seus princípios.

Basicamente diríamos que a briga partidária dura no máximo três meses no intervalo de dois anos. Encerrada essa batalha sazonal, perdedores e ganhadores tem a obrigação de brigar em suas esferas pelo desenvolvimento de sua cidade, sua região, seu estado e seu país. Como a democracia é ignorada, a briga política ganha espaço até nas sessões da Câmara, da Assembléia Legislativa, da Câmara dos Deputados, do Senado, do gabinete do secretário, do hall de entrada da sala do prefeito, do local de cafezinho do governador e assim por diante.

Em outras palavras: não se trabalha pela coletividade. Trabalha-se pela próxima eleição. Então que se produza uma reportagem cobrando soluções para a saúde de Londrina do prefeito, vereadores, secretários estaduais, governador, deputados federais, senadores e ministros que são de Londrina. Não é com promessas para os londrinenses e a população da região que eles conseguem votos?

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