De Paulo Lima
“...a ética no jornalismo começa onde tem início a ética do cidadão. Ou seja, a resolução da questão ética depende também do que o jornalista considera como seu dever de cidadão. O estabelecimento dessa semelhança desmistifica algumas posições tão comuns aos jornalistas. Em primeiro lugar, a noção de impunidade. O cidadão não deixará de ir para a cadeia, caso venha a cometer um crime. A mesma regra se aplica ao jornalista.
Então, para manter uma postura ética, a despeito das pressões que venha a sofrer da empresa onde trabalha (e elas variam de uma para outra), o jornalista deve manter a consciência de que o seu limite é o limite do cidadão.”
“No recente episódio do ataque terrorista aos EUA, todas as TVs mostraram palestinos festejando o desastre. Mas só a Globo News não explicou que a celebração se dava numa cidade famosa por ser berço de homens-bomba. Os demais canais a cabo ressaltaram várias vezes essa informação e repetiam que os festejos não eram generalizados, anotou Marinilda Carvalho, dia 23.09.01, no Observatório da Imprensa.
Considerado um dos mais famosos jornalistas dos EUA, com imagem de imparcial, segundo o site, o principal âncora da rede de televisão CBS, Dan Rather, em entrevista no programa de David Letterman, chorou três vezes e disse que Bush podia contar com seu apoio irrestrito: como americano, ele terá o que quer de mim, registrou o Ponto de Vista do site www.oficinainforma.com.br do dia 26.09.01.
Na seqüência da coluna eletrônica, o lingüista Noam Chomsky, entrevistado sobre os atentados, citou o jornalista Robert Fisk, um dos mais respeitados correspondentes no Oriente Médio: O mundo será levado a acreditar nos próximos dias que presenciamos uma luta da democracia contra o terrorismo; na verdade, os atentados têm muito a ver também com mísseis americanos caindo sobre lares palestinos; com helicópteros americanos jogando mísseis em uma ambulância libanesa em 1996; e com uma milícia libanesa – paga e uniformizada por Israel, o fiel aliado americano – cortando, estuprando e matando refugiados em seu caminho. E com muito mais”.
De Pedro Celso Campos (2)
“...o repórter sério, bem informado, que passou os quatro anos da Faculdade cobrando e praticando qualidade de ensino, vai ser respeitado quando chegar para o pauteiro e disser: Apurei e não vou escrever porque isto não é notícia.
É uma atitude firme e corajosa quando constatamos tantas situações em que se pratica muito mais a liberdade de empresa do que a liberdade de imprensa. No entanto as empresas não fazem jornal sem jornalistas, por mais tecnologia de ponta que reúnam. É na escola que os futuros jornalistas devem aprender a exercer de corpo inteiro a profissão, mesmo sabendo que cada um tenta dar contornos éticos à sua verdade, pois até Hitler achava estar fazendo o melhor para o seu povo.”
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