Enfim, não há muito o que analisar. Podemos apresentar as características físicas, que são uma repetição de outras abordagens já feitas: tablóide reduzido em papel jornal. O que mais? É grossinho. É assim que algumas pessoas que não tem o hábito de ler jornais avaliam o tamanho da publicação: pela quantidade de páginas. Porque o conteúdo é outra história.
Então façamos um exercício a partir de uma pergunta básica: o que leva determinada pessoa a ser proprietária de um jornal? Aspiração política? Vontade de escrever e não ter onde publicar o que escreve? Necessidade financeira?
Fiquemos nestas três possibilidades. Aspiração política pode ser consolidada com uma publicação desde que seja um veículo de crédito junto ao leitor. Edite um jornal de candidato ou de partido e adivinhe quantas pessoas que recebem um exemplar se preocupam em folhear o bendito. A capa já desanima. Se o material é entregue na rua, o cidadão sai desconcertado, procurando pela primeira lixeira para se desfazer daquele peso. Um jornal ruim incomoda.
Vontade de escrever e não ter onde publicar. Pode ser. Mas, a princípio, não adianta ter onde publicar e não ter quem leia a publicação. E sejamos sinceros: não há frustração maior do que escrever e não ser lido. Às vezes o seu texto é bom e chama leitura, mas o jornal em que ele é impresso não tem penetração. Então...
Necessidade comercial. Como? Cambé tem cinco títulos que se apresentam como jornais. Há outras publicações vinculadas a entidades. Há pequenos panfletos e mosquitinhos voando. E até as escolas decidiram que os alunos querem fazer jornal.
Fiquemos, ainda assim, no limite das publicações que dizem ser jornais. São cinco, mais uma emissora de rádio AM e uma TV a cabo. Haja anunciantes para tudo isso num município de comércio fraco. E sabe-se que algumas dessas publicações leiloam os seus espaços comerciais. Em alguns casos, qualquer dez reais valem uma publicação.
Nesse contexto é muito difícil falar em ética na comunicação. Necessário sim. Mas complicado. E como...
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