Realmente, o JNC havia chegado aos leitores com matérias variadas e nem a obrigatoriedade que nos parece política e comercial, de estampar em todos os seus números o chefe da Casa Civil do Governo do Paraná, Durval Amaral, prejudicou a leitura. Também as matérias fornecidas pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Cambé saíram como notícias, pois a produção própria supriu com temas interessantes a parte que supõe alguma espécie de vínculo.
A exceção foi para o colunista Carlos Serpeloni, que costuma transformar fatos que poderiam resultar em boas denúncias em piadas, tamanha é raivosidade com que trata os assuntos importantes. Mas, enfim, o expediente do JNC avisa que “as matérias assinadas são de responsabidade de seus autores”. De qualquer forma, fique o senhor Serpeloni ciente que ele, como colunista, tem o respaldo da legislação específica e da própria Constituição Federal para se manifestar. No entanto, supõe-se que as denúncias apresentadas terão peso real se forem colocadas isentas de tom pessoal.
É uma relação lógica, de causa e efeito. Quando uma queixa parece específica e essa queixa é exageradamente batida, a credibilidade tende a cair. Quando a queixa é do cidadão ela ecoa e ganha força. Infiltra como água, provoca rachaduras e chega à erupção. E calha de resultar em providências por parte de quem é o responsável, seja este o Ministério Público, o poder público de diferentes esferas, a polícia ou aquele que seja.
Na semana passada saiu mais uma edição do JNC, a de número 1113, com data de 19 de agosto de 2011. Muito diferente das duas anteriores. Na capa, exceto chamadas de reportagem sobre uma modelo que interrompe carreira no Japão e de fundação de uma escolinha de futebol, o resto gera preocupação de tendências. Quanto à coluna de Carlos Serpeloni, o articulista, nesta edição, trata de assuntos que são de interesse da comunidade e cobra providências do setor competente, que normalmente é a Prefeitura. Este é o tipo de enfoque que ganha força, pois é fato que faz parte da vida de uma cidade de quase 100 mil pessoas.
Cabe, então, uma parada causada por algo intrigante: a linha editorial merecia elogios e caiu de repente; o colunista principal se tornou mais convincente. Houve uma inversão de papéis? Isso faz parte de uma estratégia? Esperamos que não. Que o jornal tenha sofrido apenas uma crise passageira de recaída e que o colunista tenha centrado o foco.
O JNC tem potencial para ocupar lugar de destaque num mercado editorial difícil, onde os anunciantes privados não dispõem de uma clara leitura de quando e como devem investir em anúncios, e os empreendimentos públicos são carimbados e obrigam os empresários de jornais à tendências. De qualquer modo, o JNC tende a crescer se optar por fazer jornalismo. E por pelo menos duas edições este jornal deu provas de que sabe fazer jornalismo.
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