Entendemos perfeitamente o sentido que o autor de carta publicada na Folha de Londrina (página 2, Opinião do Leitor, edição de sexta-feira, 27 de janeiro de 2012, Célio Camilo – Educador ambiental e professor de Londrina) deu ao verbo vender em seu texto. Ou estaríamos equivocados?
Na verdade, gera interpretações dúbias. Às vezes tem-se a impressão que o autor manifesta posição de um segmento. E não é possível saber se o grupo é pró ou contra. Outras vezes entende-se a carta como um protesto contra o londrinense. E não se sabe de onde ele é, apesar da carta identificá-lo como londrinense.
Mas carta é carta. E o editor da seção, em plena conformidade com o que a sua função exige, a publica. O direito de manifestação de defensores de qualquer cor, credo, gosto, preferência, gênero, estilo e tamanho é fato.
Mas nenhum jornal sério vende informação ou imagem. Jornal que se pauta na ética em sua linha editorial mostra o que acontece de bom ou ruim na sociedade. Estamos acompanhando diariamente a Folha de Londrina e o temos como um jornal sério. Não fosse isso dispensaríamos a análise do seu conteúdo editorial e nem faríamos algumas críticas como as que temos cotidianamente feito, quando preciso.
Ele diz: “Seria muito oportuno que a imprensa vendesse outra imagem da nossa cidade. Até porque necessitamos de lobby para que empresas venham se instalar por aqui...” Errado. Lobby é coisa de safados. Lobby é maracutaia, privilegiamento, chantagem e pressão com custo elevado para o dinheiro que nós, contribuintes, recolhemos para o Estado. É esse dinheiro que vai para os lobistas.
A cidade tem que ser mostrada do jeito que ela é, com suas perfeições e capenguices. E se algum jornal mostra os defeitos é para cobrar os políticos a providenciarem com urgência os acertos. Claro que o autor da carta não se refere à Folha de Londrina, mas como jornal a Folha também é prejudicada . Então, como profissionais do jornalismo que somos, dispensamos professores que tentam ensinar a postura ética editorial de um jeito totalmente errado. Imagem não se vende. É o próprio fato que a escancara.
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