quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Retraído JL acerta e Folha cai no erro

Quatro jornais mostram as suas caras nas manchetes e nas chamadas de capa desta edição de quinta-feira, dia 12 de janeiro de 2012.

O normalmente equivocado Jornal de Londrina acerta esta quinta em sua manchete: “Crescem denúncias de violência doméstica”. Na linha fina: “A Lei Maria da Penha e campanhas contra a violência doméstica têm aumentado o número de denúncias feitas à polícia. Em 2011, houve crescimento de 69% nas comunicações desse tipo de crime à PM, que totalizaram 191 casos. Na Delegacia da Mulher, em 2011, foram instaurados 7776 inquéritos, crescimento de 31,75%”. Manchete acertada, porque tornar esse crescimento público encoraja pessoas que são vítimas ou conhecem casos de parentes ou vizinhos que são vítimas a quebrarem o silêncio.

A Gazeta do Povo abre a capa com “Gravidez na adolescência tem menor taxa desde 1994”. Devia ter aberto com a chamada em uma coluna que está logo abaixo: “Governo do estado quer comprar mais 4 aeronaves”. O texto da chamada diz: “Além do turboélice comprado pela Copel na terça-feira por R$ 16,9 milhões e que poderá ser usado pelo Executivo estadual, o governo do Paraná anunciou que pretende adquirir outras quatro aeronaves”. Comentário em uma emissora de rádio AM, a Cidade, da Rede Jovem Pan: “Nós, contribuintes paranaenses, vamos ser sócios de uma companhia aérea”.

O Estado de S.Paulo está conivente com os produtores de cana-de-açúcar: “BNDES oferece crédito de R$ 4 bi para baratear o etanol”. É a manchete. Como se isso dependesse de subsídio e sem analisar a questão ambiental. Os coronéis devem estar gargalhando...

A Folha de Londrina errou na capa. Usou como manchete: “Venda de automóveis cresce 3,7% no Paraná”. Parece matéria encomendada. E peca também na chamada seca de capa sobre a violência contra a mulher. O título diz: “Violência contra a mulher aumenta 70% em Londrina”. Não é bem isso. O que cresceu é o número de casos notificados à polícia. Na verdade, a matéria é que está viciada. Na PM uma fonte disse que o número de registros cresceu em função da Lei Maria da Penha. Na Delegacia da Mulher também informa à repórter que antes da Lei Maria da Penha as ocorrências registradas eram mais raras.

Claro, pauteiro e editor devem assumir a culpa desta falta de análise do assunto junto com o repórter. E o editor de capa, que é o filtro de toda matéria oferecida para ser chamada, merece advertência por deixar passar um equívoco editorial desse tamanho. Vejam que ele usa no chapéu da chamada as palavras “Maria da Penha” e escreve no título: “Violência contra a mulher aumenta 70% em Londrina”. Na ótica dele, o aumento da violência é por culpa dessa tal de Maria da Penha.

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